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Serviços / Solo / Critério para Coleta de Solo

Amostragem em áreas adubadas em linhas

Áreas adubadas em linha tanto no plantio convencional (solo ainda não-revolvido) quanto no sistema de plantio direto requerem cuidados especiais na amostragem, especialmente, para culturas que apresentam maior espaçamento entre as fileiras de plantas, para compensar a diferença de fertilidade existente devido à aplicação localizada dos fertilizantes.

Para a coleta de amostras de solo nessas áreas, recomenda-se utilizar a pá-de-corte, observando-se os seguintes procedimentos:
  • Localizar, na lavoura, as linhas onde o adubo foi aplicado, geralmente, na mesma linha de semeadura;
  • Fazer uma cova em forma de V (figura 3), perpendicular à linha de plantio, com 20 cm de profundidade, sendo o comprimento correspondente ao espaçamento entre linhas, tendo-se o cuidado de que o sulco de aplicação de fertilizantes esteja localizado no centro dessa cova, em forma de cunha;
  • Retirar da parede cova, com a pá, uma fatia de espessura uniforme entre 2 e 3 cm até a profundidade de 20 cm;
  • Colocar a terra coletada em um recipiente;
  • Repetir o mesmo procedimento em mais de 20 pontos da lavoura, fazendo um zique-zaque; Espalhar o solo coletado em uma superfície limpa e homogeneizá-lo muito bem, quebrando-se os torrões;
  • O solo proveniente das subamostras deverá ser bem misturado de modo que o conteúdo retido para a análise seja de aproximadamente 500 gramas. Colocar essas amostras num saco plástico limpo e identificar a amostra.

Amostragem no sistema de plantio direto

No sistema de plantio direto, os resíduos vegetais ficam na superfície, e as aplicações periódicas de corretivos e a de adubos determinam a formação de gradientes no sentido vertical (maior acumulação de nutrientes na superfície) e maior variabilidade no sentido horizontal, já que as linhas de adubação permanecem intactas, ao contrário do sistema convencional em que o solo é revolvido depois de cada cultura.

A ciclagem dos nutrientes por meio da decomposição da matéria orgânica e a adição superficial de corretivos e adubos tendem a acumular nutrientes na superfície do solo.

O fósforo, por ser um elemento não-móvel no perfil, forma um gradiente mais acentuado a partir da superfície do solo. Além do acúmulo de P na superfície, pode ocorrer também à acidificação na camada superficial (0 a 5 cm), principalmente, em sistemas em que predominam gramíneas na rotação e que recebem doses elevadas de fertilizante nitrogenado.

O objetivo dessa amostragem é verificar se existe uma camada superficial com pH baixo, o que uma amostragem de 0 a 20 cm, preconizada para o sistema convencional, muito provavelmente, não irá detectar.

Para avaliar as condições químicas do solo sob plantio direto, sugere-se que as amostragens sejam feitas nas profundidades de 0 a 10 e 10 a 20 cm nos primeiros anos (dois a três). Nos anos seguintes, e para maior informação, amostrar as camadas de 0 a 5, de 5 a 10 e de 10 a 20 cm, caso contrário, de 0 a 5 e de 5 a 20 cm.

O número de trincheiras amostras para formar as amostras compostas (das diferentes profundidades) pode variar de 10 a 15 na gleba.

Referências

  • Cerrado: Correção do solo e adubação, Djalma M. G. de Sousa, Edson Lobato.
  • Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5ª Aproximação/ Antonio Carlos Ribeiro, Paulo Tácito Gontijo Guimarães, Victor Hugo Alvarez V., editores. – Viçosa, 1999.
  • Amostragem e análise de solo: calagem, adubação, sementes. – Brasília: MAPA/SARC, 2002.
  • Embrapa, Emater DF e Emater GO – 4ª Aproximação, 1998.